Os casos e acasos
acontecem mesmo às pessoas que não os esperam nem procuram… Sim, a vida
acontece mesmo e estava longe de imaginar que também iria suceder comigo. Menos
ainda, nem nos meus sonhos mais selvagens (tradução literal de my wildest
dreams), que fosse tão rápido e tão intenso. Sim porque bater forte não é
suficiente para descrever o que senti nesse momento e continuo a sentir.
Num almoço, num sítio bem
público, os nossos olhares cruzaram-se pela primeira vez. Recordo esse
instante, em que a vi, pensei na altura, com um casal amigo, devidamente BCBG,
com imenso bom aspecto. Bem morena, imaginei-a numa das minhas praias do
Algarve desconhecido da maioria dos portugueses, ao sol, antes de entrar na
água, nesse dia um bocadinho mais fria que o habitual. Imaginei logo o que o
contraste faria aquele peito generoso, mas nada exagerado… Mas foi o olhar que
me atraiu logo. Mal consegui resistir a atirar-me logo de cabeça, quando a ouvi
falar comigo.
Discretamente, medi-a bem, e não com aquele olhar
propositadamente demorado e arzinho descarado de quem está a gostar e ainda
gostava de mais. Sempre tentei ser discreto qb, se me entendem, mas sempre vivi
dividido entre mostrar que se aprecia e não mostrar nada… e o olhar é também um
cumprimento, um elogio ao corpo, um brinde ao possível, um convite, desafio,
desabafo, confidência, sem ser ordinário nem descarado. É assim que gostava de
ser compreendido e, percebi pelo olhar dela, que já tinha sentido muitos
olhares naquele corpo. Olhares gulosos, ordinários, sedutores, românticos,
desejosos, cheios de cobiça e até de raiva, inveja e ciúme. Era uma mulher que
sabia o que queria e habituada a lidar com tudo isso. E os olhos não mentem…
Assim rematei a breve
conversa com uma frase, mais do que circunstância, de aparente desinteresse.
Absolutamente invulgar em mim e a ela surpreendeu-a.
Gostava de a ter
encontrado outra vez nesse dia, mas não aconteceu. Fiquei a pensar como fazer
para a rever, sim rever. Sei que parece pouco, mas foi isso, enquanto pensava
como seria tê-la, abraçá-la, sentir o seu corpo colado ao meu. Calma António,
pensei desesperadamente: Estás tão escaldado e já te vais meter noutro
embrulho? Tinha que ser, não aguentava mais. Arrisquei e fui vê-la à sua cidade
natal, felizmente não muito longe. A Suzi também me puxou para fazer uns Km e
eis que, quase sem querer, estamos a tomar café numa esplanada e a medirmo-nos
mutuamente. Olhei-a ainda melhor e mostrei-lhe quase tudo. Gostava de mar,
praia, motas, de Tango e sobretudo de viajar. Pensei que era fácil dizer o que
nos agrada, mas percebi logo que não era pessoa de fazer favores, muito menos a
gajos. Por isso acreditei que fosse sincera.
Continua...
Vim só dar-te um olá... :)
ResponderEliminarRegresso depois com mais tempo para ler tudinho de fio a pavio!
Feliz regresso...
(^^)