terça-feira, 14 de abril de 2020

O reencontro. Do acaso se faz um caso…



Os casos e acasos acontecem mesmo às pessoas que não os esperam nem procuram… Sim, a vida acontece mesmo e estava longe de imaginar que também iria suceder comigo. Menos ainda, nem nos meus sonhos mais selvagens (tradução literal de my wildest dreams), que fosse tão rápido e tão intenso. Sim porque bater forte não é suficiente para descrever o que senti nesse momento e continuo a sentir.

Num almoço, num sítio bem público, os nossos olhares cruzaram-se pela primeira vez. Recordo esse instante, em que a vi, pensei na altura, com um casal amigo, devidamente BCBG, com imenso bom aspecto. Bem morena, imaginei-a numa das minhas praias do Algarve desconhecido da maioria dos portugueses, ao sol, antes de entrar na água, nesse dia um bocadinho mais fria que o habitual. Imaginei logo o que o contraste faria aquele peito generoso, mas nada exagerado… Mas foi o olhar que me atraiu logo. Mal consegui resistir a atirar-me logo de cabeça, quando a ouvi falar comigo. 
Discretamente, medi-a bem, e não com aquele olhar propositadamente demorado e arzinho descarado de quem está a gostar e ainda gostava de mais. Sempre tentei ser discreto qb, se me entendem, mas sempre vivi dividido entre mostrar que se aprecia e não mostrar nada… e o olhar é também um cumprimento, um elogio ao corpo, um brinde ao possível, um convite, desafio, desabafo, confidência, sem ser ordinário nem descarado. É assim que gostava de ser compreendido e, percebi pelo olhar dela, que já tinha sentido muitos olhares naquele corpo. Olhares gulosos, ordinários, sedutores, românticos, desejosos, cheios de cobiça e até de raiva, inveja e ciúme. Era uma mulher que sabia o que queria e habituada a lidar com tudo isso. E os olhos não mentem…

Assim rematei a breve conversa com uma frase, mais do que circunstância, de aparente desinteresse. Absolutamente invulgar em mim e a ela surpreendeu-a.

Gostava de a ter encontrado outra vez nesse dia, mas não aconteceu. Fiquei a pensar como fazer para a rever, sim rever. Sei que parece pouco, mas foi isso, enquanto pensava como seria tê-la, abraçá-la, sentir o seu corpo colado ao meu. Calma António, pensei desesperadamente: Estás tão escaldado e já te vais meter noutro embrulho? Tinha que ser, não aguentava mais. Arrisquei e fui vê-la à sua cidade natal, felizmente não muito longe. A Suzi também me puxou para fazer uns Km e eis que, quase sem querer, estamos a tomar café numa esplanada e a medirmo-nos mutuamente. Olhei-a ainda melhor e mostrei-lhe quase tudo. Gostava de mar, praia, motas, de Tango e sobretudo de viajar. Pensei que era fácil dizer o que nos agrada, mas percebi logo que não era pessoa de fazer favores, muito menos a gajos. Por isso acreditei que fosse sincera.


Continua...

Deixo-vos com esta musiquinha, para animar o suspense:





1 comentário:

  1. Vim só dar-te um olá... :)
    Regresso depois com mais tempo para ler tudinho de fio a pavio!

    Feliz regresso...
    (^^)

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