segunda-feira, 6 de julho de 2020

Need your love so bad



Tinha chegado a casa depois de quatro horas de aulas, cansado, saturado de olhar para a câmara do PC e ver os meus alunos em quadradinhos espalhados pelo monitor, quando só me apetecia estar perto dela, vê-la, sentir o seu cheiro e o seu corpo bem perto do meu.

Devo ter olhado para o relógio umas cem vezes, mas o tempo não passava. Os minutos arrastavam-se, para já não dizer as horas, congeladas no telefone em cima da secretária…

Finalmente e ainda faltava uma meia hora cheia, mas já não aguentava mais. A imagem dela, da visita que me tinha feito antes da aula, com aquela minisaia preta, meias de liga e salto alto, não me davam sossego e acabei por dizer aos alunos que aula iria acabar mais cedo. Para eles também deve ter sido um alívio, para mim foi o limite.

Literalmente voei até casa dela, onde sabia que um jantar quente e uma sobremesa ainda mais apetitosa me esperavam. E a minisaia…

Recebeu-me com um beijo quente e senti o seu peito quente encostado ao meu, o que me deixou com ainda mais vontade, e, claro, não resisti. Agarrei-a com força e as minhas mãos percorreram o seu corpo até que que a encostei à parede, ao lado da cama. Estávamos em brasa e eu não aguentava mais. As suas pernas envolveram-me pela cintura até a temperatura rebentar a escala…

Bem encostada à parede, com os pés na cama, libertei o que já não conseguia conter mais e senti-a tão desejosa que, sem esforço, me recebeu todo dentro dela. E o que ambos desejávamos aconteceu, enquanto ela gritava de prazer. Reparei depois que a janela estava fechada, uff… Deitámo-nos na cama, impecavelmente feita e quase intocada, para conseguirmos sossegar um pouco e depois jantar. Afinal a sobremesa soube ainda melhor como aperitivo… Ainda bem que amanhã é fim-de-semana…




sábado, 4 de julho de 2020

My first, my last? My everything!


É fantástica a organização do mundo, para quem acredita que há um ser supremo a orquestrar os destinos das pessoas… Mas, mesmo para quem não acredita, não deixa de ser fantástica a série de coincidências, de quase encontros – não lhes posso chamar desencontros, pois não os houve – de estar tão perto e tão longe… E apenas anos, ou séculos (…), mais tarde encontrarmos essa pessoa que viveu nos mesmos espaços físicos e temporais, com quem não privámos na altura – e talvez não o devêssemos ter feito – e sentir que afinal tens uma alma gémea, simétrica?

E será que nos devíamos ter cruzado?

Penso nisso com frequência, não com um saudosismo bacoco, mas com a sensação que teria sido muito mais feliz. Racionalizo com um mais vale tarde do que nunca e abraço-a com força, como que não quer deixar fugir. Como se, alguma vez se pudesse, ou quisesse, prender alguém!
Ouvi esta música, pela primeira vez, na mesma altura em que a devia ter conhecido. Não deixa de ser mais uma das tais coincidências sem explicação… Hoje representa muito mais para mim, do que nessa altura, em que era apenas mais uma música que dançávamos nesses anos loucos do final da década de 70, princípio dos anos 80.

A vida dá-nos muitas lições, mas raramente nos dá uma segunda oportunidade. Tive essa sorte, não a quero perder. Agarro-a e aperto-a contra mim, com firmeza. My Everything!

Hoje sinto-me particularmente nostálgico, talvez por saber que há 17 anos, com 58 anos, nos deixava este grande compositor e intérprete de soul, funk e disco, que foi o Barry White. A vida é tão ténue e frágil como a felicidade. E para que nos serve a primeira sem a segunda?