sábado, 4 de julho de 2020

My first, my last? My everything!


É fantástica a organização do mundo, para quem acredita que há um ser supremo a orquestrar os destinos das pessoas… Mas, mesmo para quem não acredita, não deixa de ser fantástica a série de coincidências, de quase encontros – não lhes posso chamar desencontros, pois não os houve – de estar tão perto e tão longe… E apenas anos, ou séculos (…), mais tarde encontrarmos essa pessoa que viveu nos mesmos espaços físicos e temporais, com quem não privámos na altura – e talvez não o devêssemos ter feito – e sentir que afinal tens uma alma gémea, simétrica?

E será que nos devíamos ter cruzado?

Penso nisso com frequência, não com um saudosismo bacoco, mas com a sensação que teria sido muito mais feliz. Racionalizo com um mais vale tarde do que nunca e abraço-a com força, como que não quer deixar fugir. Como se, alguma vez se pudesse, ou quisesse, prender alguém!
Ouvi esta música, pela primeira vez, na mesma altura em que a devia ter conhecido. Não deixa de ser mais uma das tais coincidências sem explicação… Hoje representa muito mais para mim, do que nessa altura, em que era apenas mais uma música que dançávamos nesses anos loucos do final da década de 70, princípio dos anos 80.

A vida dá-nos muitas lições, mas raramente nos dá uma segunda oportunidade. Tive essa sorte, não a quero perder. Agarro-a e aperto-a contra mim, com firmeza. My Everything!

Hoje sinto-me particularmente nostálgico, talvez por saber que há 17 anos, com 58 anos, nos deixava este grande compositor e intérprete de soul, funk e disco, que foi o Barry White. A vida é tão ténue e frágil como a felicidade. E para que nos serve a primeira sem a segunda?

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